dracôniaFórum RPG de Fantasia
Dracônia, H790O mundo pareceu não ter se curado da guerra entre os anões e as tribos bestiais. Formalmente o tratado de paz assinado pelos embaixadores dos quatro continentes garantira a paz entre as raças que caminhavam pelo mundo de Dracônia, mas o clima que impregnara-se no ar após a carnificina era de desconfiança e cautela. A cidade de Martis era um símbolo da paz conquistada; reunia os aventureiros de todas as partes do mundo, sem preocupar-se com religião, raça ou rivalidade clânica. Todos os dias novos aspirantes a herói e heroína partiam da cidade, carregando sonhos e objetivos únicos, mas os maus presságios pareciam só aumentar conforme o tempo passava. Tempestades infindáveis vindas do leste. Vulcões em erupção a oeste. Povoados inteiros desaparecendo ao sul. Algo maligno parecia avizinhar-se de Martis, como um predador que encurrala sua presa.
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[Conto] O início do fim.

Lucilfer
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[Conto] O início do fim. YwhllFv
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Lucilfer
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[Conto] O início do fim. - Dom Set 29, 2019 9:20 pm

— De um lado, o campeão da arena, invicto a seis combates, três decapitações, o íncrivel, o tirano, o monstruoso, Taurur Delamortror! — Os gritos da platéia eram insanos, descontrolados, e incrivelmente altos. Era uma tempestade de vozes, calor, fedor, que só fazia crescer de acordo com que a movimentação parecia aumentar. O sol, no seu ponto mais alto do dia, também, não tinha nenhuma intenção de perdoar ninguém. Nem mesmo a mim, tendo os olhos salgados pelo suor, mesmo sobre a sombra final do último corredor.

— Do outro lado, o desafiante, três vitórias trouxeram-no até aqui, as três por submissão de seus adversário, o piedoso porém mortal, Bael Carcanute! —  Se tudo que podia sentir antes já era muito, agora, então, era insustentável. A tempestade tornou-se  o próprio dilúvio de deus, e, por alguns instantes, fiquei sufocado e paralisado. Já havia enfrentado batalhas anteriormente, mas nunca tinha tido a chance de desafiar o campeão. Ali, naquele momento, naquele instante, naquele lugar, tudo era mais intenso do que jamais podia imaginar. De repente, senti-me como se estivesse dando um passo maior do que podia alcançar.

Taurur grunhiu mais alto que tudo, um trovão ribombante que ricocheteou minhas sanidade e me trouxe de volta ao que realmente importava. O combate estava prestes a começar. Fitei meu adversário e suas armas, um grande machado com um entalhe central em forma de touro, e uma clava com correntes simples em forma, porém extremamente maior do que qualquer homem comum seria capaz de manusear. Mas Delamortror não era um homem comum: Ele media cerca de dois metros e era incrivelmente forte. Dizia-se ser mais forte que um touro. Dizia-se ser a própria personificação da força humana. Dizia-se tanto, sorri, confiante. Nada daquilo parecia interferir na minha concentração, afinal, também tinha minhas qualidades: Era ágil, preciso, e especialmente poderoso com minha espada de duas mãos. Embora não tivesse nada realmente luxuoso na arma, era de qualidade boa, resistente e afiada, e suficientemente capaz de cumprir o necessário. Chamava-na de Perséfone, a última jóia, por um pequeno vitral verde-arroxeado que enfeitava o final da sua empunhadura. Sopesei-a em mãos antes de tudo começar.

Ele veio em minha direção a passos largos mas não tão rápidos. Quando chegou a uma distância certa, atacou com um movimento giratório, com sua clava de espinhos, empurrando-me para trás com um salto. Analisei aquele movimento e me surpreendia com sua precisão: Ele não havia sido nem tão distante nem tão próximo, exatamente o que precisava para atacar e não ser atacado. Instinto? Inteligência? Parecia que o gigante musculoso não era só músculos afinal. Mais um ataque, dessa vez com seu machado, com a mesma precisão estranha de antes. Saltei para trás de novo e caminhei para a lateral: Não podia deixar ser encurralada pelos muros da arena. Ele investiu, mais rápido do que antes, talvez percebendo que tentava fugir lateralmente. Dessa vez, para continuar saindo, teria que rebater seu machado: Ergui minha espada lateralmente e aparei o golpe. Quando metal chocou-se contra metal, quando sua força se opos a minha, percebi aquilo que todos falavam: Ele era um monstro. Minha espada caminhou para trás alguns centímetros, e meus pés deslizaram na areia seca outros mais centímetros, e se eu não tivesse direcionado aquele impulso para o chão, talvez teria um machado cravado entre meus olhos. Não deveria nem iria medir forças com ele.

Pelo menos tinha conseguido inverter as posições e agora teria um longo espaço para continuar me esquivando. Porém, precisava pensar em um jeito de contra-atacar, afinal, não conseguiria vencê-lo só defendendo. Mas o que eu faria? Mais um ataque passou, e eu esquivei para trás. Naquele momento, a torcida no estádio começava a gritar o nome de Taurur, como um reflexo irracional do seus milhares de golpes e sua chance sempre iminente de dilacerar alguém. De me dilacerar! Ele abria o braços e saudava a platéia, com um brilho genuíno nos olhos, com um brilho mais do que genuíno... Ele gostava daquilo. Ele vinha de uma família rica, de fato, e não precisava estar ali. Mas estava. E esse era seu ponto fraco: Orgulho.

— É tudo que tem, Taurur? — Minha voz era baixa, mas quando se fez presente, calou toda a multidão, ressoando pelas paredes como um eco infinitamente mais audível. Os olhos de todos se voltaram para mim, incrédulos, por dois, três, quatro segundos, até que um gritou alto. — Ele está desafiando o campeão! — E uma explosão de gritos, e vozes, e alegria, e pulos, ainda maior foi criada e de repente, tudo era confusão. Tudo menos meu adversário. Pude perceber sua ira escorrer como um líquido viscoso de sua boca, olhos, e mãos. Se não pudesse aproveitar aquela fúria contra ele, com certeza, estaria completamente acabado.

Ele investiu contra mais rápido do que antes, e menos preciso do que nunca: Ficou próximo de mim, próximo para eu conseguir esquivar para trás e ainda atacar, acertando-lhe o braço esquerdo primeiro, depois o braço direito em segundo. Desarmado, minha espada parou contra seu pescoço até que ele assumisse a derrota.

O que veio depois foi muito, incontável, para o bem, e para o mal.



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Ananke
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Re: [Conto] O início do fim. - Seg Set 30, 2019 11:22 am

A vitória de Carcanute contra o campeão da Arena foi o primeiro passo da jornada daquele famoso herói. Com certeza foi um ponto importante no desenvolvimento de suas habilidades.

100 de MP e 1 de Energia - Aprovado.

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Lucilfer
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[Conto] O início do fim. YwhllFv
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Re: [Conto] O início do fim. - Seg Set 30, 2019 8:22 pm

— Bael Carcanute, o campeão do povo, o misericordioso, o… — Senti aquela não tão frágil espada de treinamento descer pesada sobre a parte traseira da minha coxa, lesionando o músculo que já estava destruído. Estava de cara no chão, engolindo sangue, suor e areia, e tudo que conseguia fazer era continuar ali, no chão, parado, completamente esgotado enquanto recebia mais uma surra do meu mais novo treinador. — O fraco! — O velho terminou, zombeteiro, enfim terminando seu castigo com mais dois golpes nas coxas.

Eu fiquei no chão por apenas três segundos, antes de forçar todo meu corpo, ossos, músculos e juntas, a levantarem-se contra sua própria vontade. Por instinto, meu cérebro impôs aquilo como ordem, ignorando a dor do movimento ágil e forçado tão somente por relembrar a primeira surra que havia tomado por não levantar a tempo. Talvez, também houvesse lembrado da surra por ter demorado a me esquivar, por ter atacado errado, por não ter aguentado outra surra, e tantas outras que pouco a pouco ia definindo meus movimentos a sua vontade. — Onde você errou? — Ele me fitou com seus olhos perspicazes, afiados, e, como já o conhecia, zombeteiros. Ainda por aquele instinto insano de proteção, minha consciência começou a trabalhar: Onde havia errado? Meu passo para trás na sua terceira investida? Não, minha esquiva foi boa, ele precisou de outros três movimentos para me acertar. Meu bloqueio na quinta? Se tivesse ensaiado uma finta lateral, quem sabe tinha conseguido evitar meu desequilíbrio posterior, mas, olhando por outro lado, ele também poderia ter feito um movimento giratório e acertar em cheio minha têmpora. Não, não foi ali. Talvez foi no último momento? No seu golpe horizontal final? Meu crescimento havia, de fato, sido notado, afinal, até mesmo ele tinha me elogiado em um momento ou outro. E não era tão diferente para mim mesmo: No começo, ele me derrubava em dois ou três golpes, agora, neste último, por exemplo, ele precisou de sete movimentos. Não encontrava qualquer outro problema nas minhas esquivas, então, só me restava crer que foi no final. Aquilo, portanto, me despertou certa confiança e felicidade. — Acredito que tenha sido no último movimento, investida horizontal, direita pra esquerda, era pra eu ter bloqueado. — A última constatação saiu amarga.

— E como você iria bloquear? — E ele pareceu perceber minha hesitação, perguntando exatamente aquilo para qual não tinha resposta. — Eu… — Ele avançou mais rápido do que nunca e agrediu meu joelho com sua espada. Antes que pudesse cair sobre ele, ele chutou rapidamente o outro lado, fazendo com que meu cair fosse devidamente mais problemático. Sangue, suor e areia, tudo de novo, uma combinação nem um pouco deliciosa que eu era obrigado a incluir na minha dieta diária.

— E então? — Não respondi. Por aquela situação já havia passado e já havia, também, calejado. — Muito bem. Se errar uma vez, não abra a boca de novo. Finja-se de morto, porque é assim que ficará se se erra no coliseu. Seu erro foi no primeiro movimento.

No primeiro movimento?! Minha consciência reclamou alto, enquanto meu cérebro se perguntava incansavelmente como isso era possível. Eu só tinha dado um passo para trás, era só a primeira investida, em que mundo isso poderia ser um tipo de erro? A distância ainda era alta, seu corpo não parecia desenhar nenhum outro movimento, o espaço entre mim e ele era grande, o espaço entre mim e a parede atrás era maior ainda, qual era o problema daquele movimento?!

— Se chama sequência de Spadaur. Você, provavelmente, não deve ter ouvido falar. — Spadaur? Mas esse era seu nome. Não o nome pelo qual era conhecido, mas seu nome real, o de nascença, uma das poucas coisas que sabia sobre o velho. Será que ele tinha inventado aquilo? Tomando suas habilidades com base, julguei ser extremamente razoável que o mestre tivesse um movimento específico. — Acredito que tenha medido as distâncias, nossa, entre os limites, e que tentou até antever meus movimentos. Mas não é em nada disso que reside o segredo desta sequência. O fato importante está no ângulo. É um movimento de carreira, de acúmulo de força, e não se pode nunca dar uma passo para trás contra ela. Cada passo que você dava, minha força sobre seus movimentos crescia. Veja. — Ele repetiu sua posição inicial. Agora, com ele apontando, reparei no seu joelho mais flexionado do que de costume, aguentando muito mais peso do que deveria. Aquilo retirava-lhe alcance e agilidade, e talvez fosse por isso que meu instinto me dizia que desviar para trás seria eficaz. Porém, quando ele deu o segundo movimento, todos os seus músculos impuseram sua força para frente, ganhando mais espaço, com mais força, com um impulso feroz, tendo como segurança um segundo movimento mais forte. A cada passo para frente ele ia ficando maior, a cada passo para ele ganhava mais ímpeto, a cada passo para frente ele se tornava mais mortal. — Delamortror usou isso contra você, mas, é claro, sem tanta habilidade. Existem diversas variantes, milhares de cópias, algumas realmente boas, algumas terrivelmente ruins. Mas, se me lembro bem, acredito que tu tenha sentido o impacto quando tentou pela primeira vez rebater o golpe ao invés de desviar. É uma sequência realmente poderosa, assim como seu criador.

Houve uma pausa enorme, silenciosa, e triste. O velho respirou fundo enquanto olhava para cima, sobre um céu crepuscular intenso. — Essa sequência foi criada pelo meu pai. Eu e meus irmãos sabemos. E agora você saberá.



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Ananke
Ananke
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Ananke
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Re: [Conto] O início do fim. - Seg Set 30, 2019 8:33 pm

A staff me informou que a hora para considerar o conto válido é Sábado após 23:59h.

Ou seja, você só pode postar um novo conto domingo que vêm a partir das 00:01h, infelizmente.

Negado.

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Lucilfer
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[Conto] O início do fim. YwhllFv
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Lucilfer
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Re: [Conto] O início do fim. - Seg Set 30, 2019 8:36 pm

Ih alá, pode crer. kkkkk Deixa no esquema então, nós.

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Lucilfer
Lucilfer
[Conto] O início do fim. YwhllFv
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Lucilfer
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Re: [Conto] O início do fim. - Qui Out 10, 2019 8:19 am

Avalia ae pra nós.

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Grant
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[Conto] O início do fim. 5eKqCtT
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Re: [Conto] O início do fim. - Qui Out 10, 2019 6:08 pm

"Gird Your sword on Your thigh, O Mighty One, In Your splendor and Your majesty!"
- Psalm, 45:3

Aprovado. Pede lá na modificação de status.

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Re: [Conto] O início do fim. -

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