[Conto] Reencontros

Tinha chegado a poucos dias aquela cidade, e estava encantada com tudo o que tinha visto e até mesmo conhecido, por não ser um dia muito feliz como eram os outros, eu não conseguia dormir, pois sabia que o fizesse aquele momento voltaria a me perturbar e por isso eu me encontrava deitada em minha cama na estalagem, encarando o teto, enquanto Foxy dormia ao meu lado.

Suspirei completamente entediada, olhei para a pequena criaturinha ao meu lado que dormia enrolada em si mesma, enquanto seu corpo continuava a ter a mesma reação de sempre. Sabia que aquela noite estava um pouco frio, pois parte de minha calda tinha ficado para fora do cobertor, e por conta disso e pelo fato de não conseguir dormir, acabei decidindo sair do quarto e ir beber algo. Após me levantar e vestir minha roupa, sai do aposento trancando a porta para manter minhas coisas é Foxy seguros, e assim desci as escadas que me levariam a taverna da estalagem.

Ao chegar no local acabei naturalmente olhando como estavam as coisas, como uma mania até que vi um elfo conhecido sentado no balcão, na mesma hora decidi ir me desculpar com ele e agradecer, por ter me salvado afinal só faziam dois anos, e ele possui uma aparência inesquecível – Olá, me chamo Sirella – Comecei falando – Talvez não se lembre de mim, mas queria lhe agradecer, por me salvar aquela noite – as últimas palavras foram ditas acompanhadas de um sorriso de gratidão.

Spoiler:

O tempo pareceu passar mais lentamente para mim, após me apresentar para o rapaz já que por não saber como o mesmo iria reagir ao me reencontrar após aquele momento. Por conta do nervosismo que sentia, algumas coisas começaram a passar em minha cabeça, pensamentos de como o mesmo poderia reagir, e por conta desses pensamentos e do nervosismo, minha calda se agitava um pouco mais rápido que o normal, o que era bem perceptível a qualquer um que prestasse atenção.

O que para mim quase foram horas não passaram de alguns poucos minutos, até que o elfo começasse a falar, e quando o fez o mesmo citou minha reação ao velo naquela noite, ao ouvir tais palavras um pequeno sentimento de culpa começou a surgir em meu peito, e por tanto, minha calda que antes estava um pouco agitada, parou no mesmo instante ficando totalmente imóvel, e rente ao meu corpo, enquanto minhas orelhas se abaixavam, por conta daquele sentimento. Quando fui tentar me desculpar e explicar sobre aquilo, o mesmo sorrira é falara estava apenas brincando e logo em seguida o mesmo se apresentara, e devo admitir seu nome era diferente, mas muito bonito. Com tudo aquilo acabei sorrindo já me animando novamente, com minha calda algo se mexendo de forma normal, e minhas orelhas de volta a posição normal. Apertei a mão do rapaz ainda sorrindo – O que o trouce a Martis? – Perguntei curiosa, me sentando ao lado do mesmo. Enquanto esperava a resposta do mesmo, pedi ao dono do lugar, por uma caneca de Hidromel, que sempre me ajudou a relaxar, e isso era tudo o que eu precisava no momento, uma boa bebida e uma boa conversa, para esquecer tudo.

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O Elfo tinha um belo sorriso, o que parecia me deixar levemente acanhada, e mesmo que eu tentasse esconder minha calda me delatava um pouco ao se mover levemente agitada as vezes, não demorou muito para que minha bebida chegasse e enquanto escutava o que o mesmo tinha a dizer, acabei tomando um pequeno gole da bebida, que desceu por minha garganta aquecendo todo o meu corpo, o que me fez respirar fundo e soltar o ar lentamente de pura satisfação.

Pelo que ele me contara, deduzi que assim como eu o mesmo parecia ter decidido se tornar um aventureiro, e deveria ser um mago, o que de certa forma não era uma surpresa tendo em vista que durante toda a minha vida, a maioria dos elfos aventureiros, que passavam pela taverna de meu pai, eram adeptos das artes arcanas, algo que me interessava um pouco, mas que nunca consegui aprender. Enquanto pensava, antes de Orlock me perguntava o que eu fazia alii. Eu tomava aos poucos o conteúdo da caneca, quando a mesma se encontrava com sua bebida pouco a baixo da metade, eu a coloquei sobre o balcão, e secando o lábio encarei o mesmo pronta para responder a sua pergunta – Dois anos depois do que aconteceu. – Comecei a falar relembrando a noite em que ele me salvara – Decidi aquela vila, em que eu nasci não me era mais tão boa quanto antes. – Virei o resto do conteúdo, sentindo minha garganta queimar por conta do álcool e a depositei sobre o balcão, pedindo mais um pouco para o dono do lugar – Então aprendi o que pude, para me defender é decidi vir para Martis, me tornar uma aventureira. – Ao terminar de dizer tais palavras, forcei um sorriso para o mesmo para esconder minha tristeza e não atrapalhar o clima.  

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Logo depois de falar tudo aquilo e tentar parecer estar bem, senti aquele aperto no peito voltar, aquele sentimento familiar de perde que me acompanhava dês da morte de Ishtar. Algumas noites eram suportáveis afinal já fazia dois anos que ele tinha partido, mas mesmo assim existiam noites como esta, em que se tornava insuportável continuar a seguir em frente, e para tentar acabar com esses pensamentos eu sempre recorria a bebida.

O dono do lugar, logo encheu minha caneca novamente e quando fui pegar a mesma, vi pelo conto do olho o Elfo se levantar, e poucos segundos depois o mesmo me abraçava, de uma forma amigável e até consoladora. Estava prestes a lhe questionar o motivo de tal ato, até que o mesmo falou algo que no estado em que me encontrava, mais o gesto do rapaz não consegui me conter e por conta disso algumas lagrimas começaram a aparecer e a escorrer por meus olhos. Minhas orelhas na mesma hora abaixaram novamente e minha cabeça também enquanto eu tentava esconder as lagrimas que apareciam, e desciam por minha face.

Por mais que só tivéssemos nos visto duas vezes, a ação de Orlock para comigo era algo que eu de fato precisava naquele momento, por mais que eu tenha passado dois anos chorando a morte de meu noivo, eu o fiz sem a presença de ninguém, porque dês de que ele morrera eu só afastei a todos e por isso não tive a chance, de fato de ter alguém para me ajudar, ou confortar é as ações do rapaz era o que eu precisava naquele momento. Passado se um tempo de nos dois naquela situação, decidi que era hora de continuar, assim respirei fundo e com delicadeza, desfiz o abraço que o mesmo me dava, e ainda segurando uma de suas mãos o encarei, com meus olhos ainda marejados, sorri para o mesmo sem mostrar os dentes – Estou melhor agora. – Falei apertando de leve sua mão. Em seguida o soltei e peguei novamente meu copo, bebendo do mesmo.  

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Enquanto bebia do liquido alcoólico, ouvi a proposta do rapaz, e no mesmo momento quase me engasguei, tive que deixar o copo sobre o balcão e tossir algumas vezes, a proposta do mesmo me pegara totalmente desprevenida. Por mais que no início eu tenha pensado que seria capaz de viver como aventureira, quando cheguei a Martis me dei conta de uma coisa, dentre todos os aventureiros que ali se encontravam, eu era a menos capaz de seguir tal caminho, pensava nisso algumas vezes, a ponto de cogitar, voltar a trabalhar com o que eu sabia, que era servir aos outros em uma taverna.

O tempo ia passando e logo o Elfo se sentou ao meu lado uma vez mais, e mesmo assim eu não o encarava, apenas olhava para meu reflexo no Hidromel que jazia em meu copo, respirei fundo após me observar por um tempo e assim olhei para o belo e exótico rapas, mordi de leve o canto de meu lábio inferior, e no mesmo momento comecei a sentir os leves efeitos da bebida. Eu tinha total e plena ciência de que era fraca para bebidas, mas não ligava para isso, algumas vezes gostava da sensação, e naquela noite aquilo era uma das coisas que estava procurando – Então. – Comecei a falar – Não sei se isso seria uma boa ideia, eu não sou forte é minhas habilidades com o arco, ainda são muito ruins. – Falei e tomei mais um gole da bebida – Se eu fosse mais forte, aceitaria agora, mas no momento não tenho confiança de minhas habilidade, se puder me dar um tempo para responder? – Pedi ao mesmo – Enquanto isso o que acha de bebermos bastante, e conversar essa noite? – Propus ao rapaz – Prometo que no mínimo amanhã lhe responderei, se não no máximo em três dias. – Foram minhas últimas palavras antes de erguer meu copo em um brinde.  

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