[Quest] Labirinto Nebuloso

Nymeria estabeleceu moradia fixa sobre o colo da aventureira. Arthuria não parecia incomodar-se com aquilo. As Terras Férteis sustentaram-se aos seus olhos por alguns dias, mas aos poucos o cheiro da relva que amontoava-se nas cercanias de Martis foi sendo substituído por algo mais úmido, sofrivelmente gelado e solitário. Na escuridão da noite Arthuria montava uma espécie de cabana com folhas de árvore e troncos, onde descansava à luz da fogueira até que o sol nascesse e pudesse continuar em viagem. Era incômodo não ter com quem conversar, mas do seu modo estranho e desengonçado, Nymeria parecia esforçar-se para preencher esse vazio, murmurando coisas ininteligíveis e se esfregando ao pescoço da menina sempre que percebia que a Pendragon estava demasiadamente calada.

Foi nesse cenário que as duas findaram a viagem em um acúmulo de caminhos e possíveis bifurcações que ficava entre elas e seu objetivo: o homem desaparecido. — Está pronta, Nymeria? — Indagou à raposinha, com que foi respondida com um balançar ligeiro das caudas e com isso, partiram rumo ao desconhecido. Arthuria escorou a mão na parede do lado direito de onde viera, e permaneceria assim por todo o percurso.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Quest Labirinto Nebuloso.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 100; EG: 0/3

Em passadas sossegadas a aventureira dos cabelos dourados tracejou seu caminho dentro do labirinto sombrio. Cismada com as lendas que permeavam aquelas bandas, Arthuria apalpou a fivela do cinto, onde a pendia a espada de madeira para garantir que estivesse em sua posse. Sentir o balanço da madeira lhe reconfortou e permitiu que soltasse um suspiro de alívio. Nymeria, analogamente à mestra, também não parecia muito confortável. Emudecera-se desde que pisaram no labirinto, como se suas cordas vocais tivessem se afugentado em uma colina distante. Suas patinhas acompanhavam os sapatos da Pendragon, em uma projeção de passos bem mais ligeira que a mesma, mas praticamente inaudível tamanha a sua elegância.

— Vai ficar tudo bem, sim? — Arthuria reconfortou a pequena companheira, afagando-lhes os pelos albugíneos até que ronronasse. Seu caminho permanecia o mesmo; seguiria com a mão na parede da direita, sempre em frente e usando a mesma como referência de sua trajetória. Dessa maneira esperava que pudesse retornar em segurança com o homem que viera buscar, sem que se perdessem ambos no processo. Na busca pelo desaparecido, seus olhos fitavam a escuridão como se luz do dia fosse, ao passo em que seus ouvidos se concatenavam na menor das pistas, buscando a origem de um som humano dentre tanta relva e mistério.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Continuei caminhando. @Delrey

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 100; EG: 0/3

A menina de cabelos alvos e pele pálida perpassou o enigmático recinto com os ventos soprando e meneando-lhe as bochechas como o carinho materno. Seus sentidos apurados podiam ouvir um murmúrio longínquo, para além das paredes, misturado à ventania que corria livre por entre as centenas de corredores. De repente, Arthuria concluiu sua caminhada em uma encruzilhada complexa, com uma quantidade limitada de caminhos por onde poderia prosseguir. Ela deveria resolver o problema com sabedoria, e portanto pôs-se a pensar por um momento. — Bem, direita outra vez. — Concluiu arbitrariamente. Era a alternativa mais lógica e segura, ao concluir que se permanecesse através daquele caminho conseguiria retornar caso fosse necessário. Nymeria não questionou e continuou ao encalço da amiga, seguindo-a em seus calcanhares.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Irei para a saída B. Sempre pela direita.
— Velocidade normal (3).

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 100; EG: 0/3

— Espere... — Arthuria interrompeu sua caminhada subitamente. O lugarejo em que outrora estivera era assustadoramente parecido com o novo salão, como se tivesse dobrado um punhado de esquinas e retornado para o ponto de partida. Ela descansou os dedos da canhota sobre o queixo, formulando algumas teorias sobre o ocorrido. Não encontrou nenhuma evidência de que estivera ali, mas através do raciocínio que viera sustentando até ali, não partiria para uma outra direção. Ela marcou a terra sobre seus pés com um chute, movendo a terra e afundando as botas sobre o solo, de maneira que vento nenhum omitiria seu caminho. Depois disso, prosseguiu para onde tinha quase certeza que já havia passado.

Aquela era a primeira teoria.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— É fisicamente impossível que eu tenha saído exatamente onde eu tinha chegado (afinal não haviam corredores na direita que chegassem na área B e não na A).
— Resumo do que minha personagem entendeu: esse é um corredor extremamente parecido com o anterior ou alguma forma de magia está confundindo minha mente.
— Velocidade normal (3).

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 100; EG: 0/3

Era uma armadilha, mas Arthuria era gentil e preocupada demais para que uma assertiva como aquela lhe impedisse de tomar a decisão certa. Quando o som perpassou por seus ouvidos e o clamor de socorro foi percebido pelos sentidos aguçados, ela engatou em uma corrida célere, acompanhada pela companheira vulpina através dos corredores. Espere por mim, por favor! Ela suplicou. De certo que encontraria uma outra forma de guiar-se após ter salvo a figura que pedia socorro.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Acima a inteligência de Arthuria está o seu senso de moral. Por isso, o chamado de socorro foi mais importante e urgente do que seguir seu caminho anterior.
— Velocidade normal (3).

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 100; EG: 0/3

Arthuria não era fisicamente formidável ou ostentava um corpo atlético. Pelo contrário, havia um limite bem definido para o que seu corpo poderia realizar e, embora nunca tivesse se dado ao luxo de forçar-se para além desse limite, o tempo e os constantes treinamentos ensinaram-lhe a identificar quando estava alcançando o ápice de suas capacidades. Dessa maneira, quando sua agilidade reduziu-se e sentiu o corpo cansando com maior facilidade a cada passada, de imediato seus olhos caíram por sobre as pernas, onde um emaranhado de teias albugíneas lhe privava o movimento.

— Isso é... — Seus neurônios interromperam a formulação daquela ideia quando sons longínquos de movimentos velozes pareciam assomar-se da sua posição. — Nymeria! — Ela solicitou ao passo em que seus braços moviam-se como gladiadores tentando rebentar os grilhões orgânicos. Em reposta ao chamado, a companheira vulpina que descansava próximo aos seus pés inundou suas inúmeras caudas com magia, açoitando-as com celeridade através do ambiente para que rebentasse de uma vez por todas com as teias próximas.

— Isso é... — Novamente incapaz de entender que demônios eram aquelas criaturas esqueléticas. Nada assemelhavam-se aos cavaleiros negros que enfrentara nos portões de Martis; eram mais rápidos, fortes e habilidosos que aqueles lacaios. Inspirada a dominar as hordas de mortos vivos, Arthuria acometeu em céleres passadas através do corredor, sacando a espada de madeira e atirando-se em um salto contra a criatura, exercendo força bruta e perícia suficientes no gládio para desferir um golpe na horizontal com o objetivo de quebrar a maior parte dos ossos da criatura. Seus sentidos, aguçados como os de um felino, permitiram-na pousar a alguns metros da criatura que acometera por sua retaguarda, a tempo de que girasse em seu próprio eixo e partisse para cima dela, estocando-a inúmeras vezes com o objetivo de tornar aquele combate uma disputa de um contra um.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Minha velocidade normal (3) é maior do que a velocidade máxima (2) dos Gollums, mas para que pudesse me mover livremente, Nymeria usou suas caudas para arrebentar com as teias ao mesmo tempo que eu usava de força (3) para auxilia-la, de forma que pudéssemos sair disso o mais depressa possível e tivéssemos condições de entrar em combate.
— Saltei e desferi o golpe quando a criatura estivesse no ar, com força o suficiente para que ela fosse arremessada e se enterrasse na parede do labirinto. Pousaria um pouco mais a frente, girando o corpo para que ficasse de frente para aquela que veio por trás e avançando contra ela com a espada, com o objetivo de acertar-lhe estocadas múltiplas contra o rosto, peito, ombros, braços, etc, até que fosse derrotada. Movimentos em força e velocidade máximas.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 1/4
Nymeria; HP: 500; MP: 75; EG: 1/3

Arthuria engoliu em seco e não disse mais nada. Esse fim de mundo está brincando comigo! Praguejou silenciosamente, franzindo o cenho e cerrando os punhos com raiva. Deu as costas novamente ao fim daquele percurso, onde as paredes pressionavam teias e folhas com violência e ameaçavam esmagar a aventureira. Nymeria, sagaz e curiosa, saltou na frente, tomando para si os anéis das criaturas derrotadas, certas de que receberia um agrado de sua mestra posteriormente, e com uma acometida ligeira desapareceu pelo corredor, tão veloz que os ventos pareciam serpentear as paredes ao seu comando.

Arthuria em sua própria passada, correu na direção contrária ao que seria o seu fim, certa de que corpos dos monstros derrotados atrasariam minimamente a aproximação das paredes. — Corra, Nymeria! — Bradou exasperada, atravessando corredores e seguindo o vozerio misterioso que não parecia tão longe assim.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Nymeria, curiosa, correu em velocidade máxima (3) pegando os anéis dropados e correndo da área que está se fechando.
— Eu segui ela em velocidade normal (3), mais lenta que ela mas ainda sim rápida o suficiente para que escapasse. A personagem pretende seguir a voz e tem fortes suspeitas de o labirinto é mais do que apenas um local, sendo controlado ou se tratando de uma entidade.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 75; EG: 2/3

Arthuria constatou o que já esperava: o vozerio de socorro que lhe guiara até agora advinha de uma localidade desconhecida, constantemente sabotado pelo labirinto. Ela mordiscou os lábios em protesto e franziu o cenho mais uma vez, convencida de que seus instintos traíram-na. Não posso confiar no que ouço e nem no que vejo. Nesse caso... E construindo aquela linha de raciocínio, ela dobrou na mais improvável das saídas, com fé de que encontraria o que quer que estivera buscando por todo aquele tempo.

— Afonso-san! — Clamou, dando constantes vistas de olhos através dos arredores em busca de quaisquer detalhes ou rastros que o homem pudera ter deixado. Não era muito boa naquilo, mas se fosse capaz de encontrar a menor das pistas, certamente conseguiria se guiar. Ela manteve a mesma estratégia da parede da direita, esperta de que não poderia deixar-se enganar pelos poderes alucinógenos do lugarejo.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— Arthuria concluiu que, de alguma forma, o som de socorro do homem está sendo alterado pelo labirinto, o que teorizo ser possível se as paredes forem a prova de som e o mesmo for induzido através de frestas no labirinto, mas é algo meio difícil da Arthuria supor, então ela simplesmente concluiu que o som não vem de onde realmente parece vir.
— Escolhi a entrada F.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 75; EG: 1/3

— Gotcha! Esse labirinto encaminha os sons para as passagens falsas, dando a falsa impressão de que estou me guiando corretamente e induzindo-me a uma armadilha. Quanto mais hábil for o aventureiro, maior é a chance dele se guiar pelos instintos de sobrevivência e terminar perdido. — Concluiu ao final de todos aqueles corredores. A nova localidade era completamente distinta das anteriores, mas imersa em teias de aranha gigantescas que maculavam o caminho e amontoavam-se no canto, onde espinhos pontiagudos pareciam brotar das paredes. Preocupada, a guerreira ficou em guarda, com a espada em punho e a guarda alta, atravessando os olhos esmeraldinos pelo recinto em busca de um alvo móvel. Foi quando apercebeu-se de um corpo masculino atrelado às teias, completamente imóvel e vencido.

— Afonso-san? — Sua expressão era de incredulidade e cisma. Por uma fração de segundo, ela não soube que ação tomar, tão condicionada a solucionar o paradeiro do homem misterioso. Ao vê-lo atado às teias, a aventureira atravessou os dedos entre as mechas de cabelo que caiam sobre o rosto, ajeitando-as por trás do rosto para que tivesse clareza em seus próximos passos. A espada de madeira era pesada, mas seus dedos rígidos e a expressão resoluta pincelavam-na como a maior das lutadoras. Um passo após o outro e o gládio assaltava em um amalgama de agressividade e doçura, como uma valsa fúnebre que dilacerava espinhos, teias e todo tipo de artimanha perversa. Nos ventos, caiam as frívolas tentativas de seus algozes de lhe ludibriar, e a cada momento, seus instintos anormais permitiam-na ouvir os batimentos cardíacos e a respiração frágil da vítima. Quando estacionou defronte ao objetivo, os movimentos ligeiros se arrefeceram, mas permaneceram firmes e precisos, suficiente para que soltasse o rapaz e ela pudesse apara-lo com o corpo.

— Eu sou Arthuria Pendragon e fui enviada por Joana para lhe procurar. O senhor está bem? — Indagaria, com um sorriso tênue e o semblante preocupado. Concebendo que teias significavam aranhas e que o ambiente já lhe tinha surpreendido com coisas bem assustadoras, a cavaleira não permitiu-se desviar a atenção, certa de que poderia ser surpreendida a qualquer momento.

— Vestimenta.
— Vim daqui.
— 115 de dano por golpe, então foi fácil passar por ali. Ofereci apoio ao homem para que pudéssemos sair do labirinto e permaneci atenta aos sons nos arredores graças a Audição Aguçada.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 1/4
Nymeria; HP: 500; MP: 75; EG: 0/3

A moça de olhos esmeraldinos sorriu calorosamente para o homem, contente pelo sucesso do resgate. Seus passos eram mansos, como se fosse carregado pelo vento, porque seus músculos trabalhariam com maior eficácia para que servisse de suporte para o homem desaparecido. — Joana ficará feliz em vê-lo. — Confortou-lhe, ao passo em que refaria o caminho até a saída. Estava cansada e desejava a sua cama mais do que qualquer outra recompensa.

— Vestimenta.
— Vim daqui.

Bag:

Arthuria; HP: 500; MP: 300; EG: 0/4
Nymeria; HP: 500; MP: 75; EG: 0/3