[CONTO] - Cogum… BORBOLETAS!

Era um belo dia de verão quando a jovem Lúthien decidiu dar umas voltas pela floresta e ver como estavam os seus amigos e sua família. Todos os dias ali eram algo novo, pois haviam surpresas a todo e qualquer momento, o que tornava a vida ali bem mais interessante e nunca monótona. Essa era uma das razões pela qual ela gostava de viver ali… Todos os dias, ela sentia uma enorme vontade de sair para explorar, como se a própria floresta a chamasse com as infinitas possibilidades que se erguiam com o nascer do sol. Enfim… O sol raiava no sol e batia na face da garota, aquecendo a mesma e, por mais que até lhe desse alguma sonolência, ela se forçava a levantar-se pois sabia que um longo dia a esperaria. Havia ainda uma brisa no ar que passava de vez em quando agitando as folhas das árvores e os cabelos da elfa que ia caminhando pelo chão, descalça, como gostava de fazer logo pela manhã, uma espécie de exercício matinal para começar o dia da melhor forma. Costumava ainda passar em um rio perto da toca em que morava para lavar o rosto e também o corpo caso fosse necessário, a água fresca nunca era muito bem recebida de início, mas logo ela se habituava e aproveitava cada segundo dentro de água, tinha liberdade para isso também já que a única pessoa que tinha entrado naquela floresta fora o seu pai, apesar de ela não ter qualquer conhecimento sobre isso. Assim que se arrumava, finalmente era a hora de explorar a floresta e ver o que esta lhe tinha a oferecer no dia…

Entre as primeiras coisas que vê, foi encontrar os seus amigos. Uma matilha de cachorros selvagens que a recebiam com tanta animação e energia que acabavam derrubando a garota e a enchiam de lambidas até que se cansassem, Lúthien soltava altas gargalhadas com aquilo que acabava por chamar à atenção de mais e mais animais. Um urso com aparência bem velha devido ao seu cabelo grisalho e a fugir para tons de cinza que se fazia acompanhar de uns cinco crias de pato… Aparentemente a mãe dos patinhos foi morta e quando os ovos chocaram a primeira coisa que viram foi o urso e por isso identificaram-no como sendo a mãe deles e seguem-no para todo o lado, o mamífero pareceu nem se importar muito… Até pareia gostar da ideia… Por entre os arbustos surgiam ainda dois coelhos brancos e olhos azuis com chifres de bode que cumprimentavam a jovem ao roçar-se nas pernas da moça que se baixo para os acariciar os macios pelos das criaturas que mostravam um singelo sorriso, mostrando que estavam bem satisfeitos com os mimos. Foi então que veio a primeira surpresa… De cima surge uma serpente com asas angelicais que aterra do lado da moça, fazendo uma espécie de vénia, aparentemente era um novo morador que pretendia viver naquela floresta e meio que estava pedindo uma autorização para o fazer. A princípio, todos os presentes davam alguns passos para trás com receio da imponente presença da réptil, mas Lúthien se manteve ereta olhando ser, para depois esticar a mão até à cabeça da serpente e deslizando do topo da mesma até à parte inferior da sua mandíbula com um toque suave e sentindo cada uma das suas escamas, assim como o quão frias eram, aceitando assim a criatura alada como moradora do local. Com esse simples movimento, todos os que se tinham dirigido ali passaram a respeitar ainda mais a elfa pela sua bondade e coragem, aceitando assim a cobra como sua vizinha.

Cumprimentos à parte, a elfa continuava a explorar a floresta pelos caminhos que, na maioria das vezes, eram feitos por animais maiores que afastavam as gramas mais altas e quebravam galhos, abrindo assim caminhos por onde a floresta é mais fechada, permitindo assim que os animais menos robustos e com menos força para atravessarem a densa mata conseguissem chegar a outros lugares, como era o caso de Lúthien que ou seguia estes caminhos ou tentava atravessar pulando de árvores em árvore, o que por vezes podia não dar muito certo.

Seguindo um destes caminhos, ela chega a uma clareira na qual não passava nenhum raio solar, porém mantinha-se iluminada através da luz emitida por alguns… Cogumelos! O solo estava repleto de cogumelos que brilhavam em um tom azul florescente. A elfa precisava confessar… Eles pareciam muito deliciosos, apesar de saber que a cor azul, na natureza, muitas vezes indica algo venenoso, mas ela se viu extremamente atraída pelos mesmos e não conseguiu resistir à tentação de os provar.

Não demorou muitos segundos para que algo muito estranho acontecesse e provasse a teoria do azul… Lúthien perdia um pouco o controlo sobre o seu corpo e cambaleava se apoiando nas árvores para não cair, mas não parou por aí… O veneno se intensificava e se alastrava pelo seu corpo, porém não parecia haver nenhuma complicação a nível de qualquer processo corporal. A druida tinha um sorriso exagerado estampado no rosto e começou a pular de um lado pro outro, atrás de borboletas, segundo o que ela gritava, mesmo que não houvesse qualquer sinal de uma borboleta por ali. Quando o efeito terminou, ela simplesmente caiu no sono e foi levada pelo seu “mocho protetor” para a sua toca, onde poderia permanecer descansada.

Lúthien tinha descoberto e tido o seu primeiro contacto com uma droga natural…

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