As crônicas do vento e cura

Capítulo 01; Lillends

_{_____________1º Conto, 21/09 Até 28/09____Palavras: 816__________________________________________________________________}



Entre as florestas mágicas donde as origens de Eloise Barenziah nasceu e cresceu, diversos animais incomuns habitam e perambulam pelo ambiente, misturas e criações genéticas que poucos conhecem. Uma raça de animal em especial que a jovem teve a fortuna de conhecer foi os Lillends, uma mistura incomum entre um pássaro e um macaco, ao menos é isto que a jovem consegue sumarizar da aparência daquele pequeno bichano. Eles são ágeis, pulando de árvore em árvore rapidamente, porém possuem asas quase que ocultas em sua pelugem donde se abrem e lhe fornecem um auxílio para voo, não conseguindo atingir alturas absurdas, porém ainda sim sendo algo diferencial para a sobrevivência dos mesmos.

Certo dia durante uma caminhada na floresta em busca de ervas medicinais, Eloise encontrou o pequeno animal caído no chão com sangue e sujeira cobrindo todo seu corpo, assustada largou a cesta que carregava e pegou o animal no colo com cuidado, vendo que o mesmo ainda estava vivo voltou para a região povoada donde buscava alguém que pudesse a auxiliar em cuidar do bichinho, pois mesmo conhecendo um pouco das artes de cura, não era uma mestra ainda. Após sua trajetória rapidamente se findar, ela foi até o elfo que a instruía nas artes da cura e pediu para que ele tentasse salvar aquela criatura, o mesmo conjurou uma aura de energia sobre suas mãos e começou a revitalizar o corpo do bichano, fechando parcialmente seus cortes, todavia o mesmo instruía Eloise que não havia acabado o tratamento, e seria necessário repouso para que ele recuperasse os danos ósseos, visto que o mesmo não poderia caçar, Barenziah tomou a tarefa de o alimentar e suprir de necessidades até que pudesse voltar ao seu habitat natural. Semanas se passaram enquanto a elfa cuidava de trocar as bandagens que imobilizavam a perna do bichano, passava um pano para o limpar e buscava frutas silvestres para o manter alimentado, o animal parecia um tanto esperto por compreender rapidamente que não havia perigo, e graças a isso não dificultou em nada seu tratamento, ou talvez apenas tenha sentido que a garota só buscava o auxiliar no máximo que pudesse.

Quando o mesmo já conseguia andar, ela o levou no ombro até onde o encontrou, achando lá também a cesta que havia derrubado empoeirada no chão, enquanto se agachava para a juntar o pequeno animal pulou fugindo para as árvores, ela olhou para cima e lhe abanou se despedindo do mesmo, todavia no trajeto até a volta de sua casa diversos Lillends apareceram nas árvores, fazendo barulhos e planando enquanto pulavam envolta da mesma, não sabia quem eram eles, mas reconheceu entre a bagunça o animal que havia cuidado, com um grande sorriso abanou para eles, que agradeciam por ter salvo seu amigo.

Após isso, Eloise se tornou uma amiga dos Lillends, visitando-os de tempos em tempos, e mesmo que ariscos para a maioria dos outros visitantes e independentes no seu estilo de vida, eles socializavam com a elfa que trazia frutos e carinhos.


Se passaram diversos anos desde aquilo, a elfa que naquele fatídico dia mal sabia curar agora era uma curandeira apta, e estava prestes a sair da floresta para ir na cidade grande, restavam apenas um ano para sua saída, e foi nisso que a moça conheceu Shisa, o pequeno animal daquela raça de Lillands era nada menos que seu futuro maior aliado e companheiro de aventuras. O pequeninho era muito esperto, e seguia a elfa para todo lugar após a conhecer, primeiro Eloise pensou que se tratava de um bebê em busca de comida ou carinho, porém notou que o mesmo ficava sozinho quando os animais dispersavam em grupos de dois ou no máximo três, confusa se ele não possuía parentes decidiu o adotar, levando-o para casa e cuidando do mesmo por dois anos.

Eloise e Shisha se tornaram grandes amigos, realizando tarefas junto, conversando, estudando e brincando. A elfa levava o bichano para todo canto em seu ombro, e o mesmo se comportavam na medida do possível para não trazer problemas a sua dona, uma visão incomum rapidamente se tornou algo cotidiano, a garota e o Lillend em seu ombro em festas, restaurantes e bibliotecas. Ela treinou um pouco o animal, visto que planejava ir até a cidade e não podia o deixar ser indefeso, usando sua velocidade com asas, ensinou o bichano a voa alto e rápido, fugindo do alcance de inimigos e predadores, mas caso fosse necessário, descer com mais rapidez ainda, e usando seu pequeno corpo impactar no adversário com as patas, como um disparo de estilingue acertando os inimigos e os desorientando, mesmo sem falar uma palavra, a elfa e o animal sabiam perfeitamente o que cada um queria dizer, como telepaticamente interligados, ambos tomaram sua jornada juntos, e o mesmo aceitou a caminhada a sua frente, indo rumo ao desconhecido e longe de sua antiga casa.