[Contos] Ananke
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Era um dia claro e o sol batia na pele arroxeada de Ananke. Ela não gostava muito daquele calor intenso, era conflitante com suas características mais mórbidas e lhe causava um mal-estar. Precisava passar por isso, no entanto, já que tinha ido comprar algo para estocar em seu quarto durante o período que passaria treinando.
Martis estava agitada, como sempre. O centro da cidade tinha uma feira e frutas e verduras pareciam estar sendo vendidas na promoção. Era exatamente o que Ananke procurava, então já aproveitou e se serviu do que necessitava para poder parar de perder tempo.
Nos dias anteriores, durante sua peregrinação de volta para a civilização, ela tinha passado por algumas ruínas nas quais encontrou um livro empoeirado que, de alguma maneira, parecia emitir uma centelha de mana.
Por um tempo, após chegar na cidade, as novidades do mundo moderno foram tão grandes que o conteúdo que leu no livro acabou sobrepujado e colocado de escanteio perante os outros afazeres da elfa.
Quando a loira finalmente voltou para a estalagem e se trancou em seu quarto. Já sabia tudo que tinha que fazer, mas não por ter lido o livro, muito pelo contrário.
Ao ter pego o livro com a infusão de mana, algum mecanismo conjurado se ativou no item e o mesmo brilhou, a mana infundida nele se ativou e todo seu conteúdo foi transferido diretamente para a mente da bruxa, deixando apenas um amontoado de pó onde antes as páginas ficavam.
Os olhos da loira se fecharam enquanto ela se sentava em cima da cama com seus joelhos dobrados uns sobre os outros. Seus sentidos começaram a aflorar e aos poucos ela começou a escutar sons antes não tão distinguíveis. Seu corpo também começou a coçar, lhe causando uma ânsia de sair de seu estado meditativo.
Mesmo com seu corpo lhe convidando a parar sua busca pela origem de seu poder, Ananke persistiu, sentindo a energia que transbordava pelo seu corpo e tentando focá-la, da mesma maneira que fazia ao realizar uma manipulação elemental.
Aos poucos conseguiu rastrear o pequeno filete de mana que saia das profundezas de sua mente. Lembrou-se das palavras do livro, em que a mana era como um líquido, algo que fluía. Ananke podia perceber que tinha dificuldades de encontrar esse fluxo, justamente porque sua mana ainda era um fino fio de seda esvoaçante em sua mente.
Grandes magos eram possuidores de incríveis lagoas azuis, repletas de poder estocado e estáveis, sem movimentações. Para alcançar esse patamar, no entanto, muito estudo e esforço estava envolvido. Nesse mundo ninguém nasce com poderes absurdamente acima da média. Os fortes recebem as recompensas por seu empenho, enquanto aqueles que preferem uma vida desregrada se sentem estagnados.
Ananke nunca seria o segundo caso. Seu objetivo era a única coisa em sua mente, sua única motivação. Com o filete de mana se tornando, aos poucos, mais facilmente identificado pela bruxa, ela começou a partir para o próximo estágio de seu treino: Guiar sua mana interna em um formato de círculos, desenhando um trajeto de infinito.
No mundo mágico existem milhares de técnicas para aumentar as capacidades de estoque de mana e energia. Cada escola, seita ou clero possui variações dessas técnicas e é comum brigas entre usuários que defendem um método em prol de outro.
A questão é que os necromantes, ao estarem tão ligados com o espírito e a alma, também tem um desses métodos, infundindo sua energia de morte em sua mana e sugando parte da energia dos seres que morrem ao seu redor.
A mana dos treinamentos da bruxa girava cada vez mais rápido, presa em um looping de movimento graças ao formato do símbolo que Ananke havia formado. A jovem mantinha sua concentração muito firme, pois qualquer barulho externo já a atrapalhava.
Horas se passaram, talvez um dia inteiro. Nesse tempo a jovem perdeu a concentração mais de oito vezes. Nos primeiros momentos a loira não conseguiu sentir nenhuma diferença significativa em sua quantidade de reserva mágica. Trabalhar a mana interna, redistribuindo-a, multiplicando-a. Nada disso era algo que viria sem esforço. Decidiu, no entanto, que valia a pena arriscar, e manteria essa rotina de treinos pelo período indicado em seu livro de treinamentos.
Ananke era, de fato, uma pessoa única. Os patamares que queria alcançar não eram os mesmos dos guerreiros comuns, então ela não poderia tentar se comparar ou utilizar os métodos dos outros. Precisaria definir por si mesma os seus estudos de sua mana. Talvez até escrever um livro para os iniciantes da Horda? Ainda nem tinha criado sua organização, mas já pensava no que faria ao ser sua líder. Com certeza pensaria em algo que fosse auxiliar seus parceiros novatos no futuro.
Nos três dias seguintes a sacerdotisa meditou e manteve o método de estudo à risca. Era o indicado a ser feito pelo menos pelos dois primeiros dias, e como a elfa não queria arriscar, aplicou por um pouco mais de tempo, com calma e clareza em seu treinamento.
Quando parou para refletir sobre seus resultados, no último dos dias de trieno, fez um pequeno teste e notou que tinha uma extrema facilidade de encontrar o fluxo de mana dentro de seu peito. Quando fez uma análise mais profunda, no entanto, percebeu que nada tinha mudado em relação a sua perícia e controle mágico, mas sim que o pequeno fio de seda de outrora agora já tinha se desenvolvido em um pequeno barbante de lã mágico. Enquanto Ananke o observava, esse barbante pareceu se mover, se fincou em um solo ilusório do reino de alma da bruxa e brotou como uma pequena flor.
A loira se surpreendeu com o fato, tinha alcançado um resultado muito promissor. Sua mana parecia que tinha aumentado quase em 50%, uma quantidade absurdamente grande e que a bruxa levaria anos para aprimorar em seus treinos com os sacerdotes necromantes.
O que Ananke também percebeu foi que agora conseguia sentir pequenas criações aleatórias de mana dentro de seu corpo. Aos poucos podia perceber fiapos, ainda mais finos do que o fio de seda que representava sua mana inteira quatro dias atrás.
Esses pequenos fiapos, no entanto, pareciam ser compostos de mana pura, algo que a bruxa conseguia manipular individualmente e, para sua surpresa, introduzir dentro de seu próprio fluxo mágico. Era uma grande novidade e para falar a verdade, a loira estava arrepiada de empolgação com a capacidade de aprimoramento que tinha em suas mãos.
- Mal posso esperar para desenvolver algum treino com esses fiapos! Mas agora é hora de treinar meu corpo! |
PELA HORDA!
- observações:
- Conto para +100 de mana.
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Nos últimos dias de pesquisa, o livro de técnicas anciãs de mana tinha levado Ananke a uma compreensão muito grande do seu reino de mana. Descobriu a existência de um reino impressionante dentro de si mesma e que com a devida atenção poderia se concentrar e movimentar sua mana de maneira a aumentar seu próprio poder.
Notava, no entanto, que sua natureza sombria, sua manipulação das energias da vida e também da morte acabaram por lhe impedir de seguir todos os ensinamentos que existiam no material que tinha disponível para pesquisa.
Isso só significava uma coisa: Ela teria que correr atrás de um método próprio para aprimorar o seu reino de mana.
E era por isso que a elfa estava trancada em seu quarto.
Tinha deixado todos seus afazeres prontos, pois sabia que podia acabar meditando por dias.
Concentrou sua mente na energia que conhecia como mana, até que se viu dentro de seu próprio corpo. Seu coração era uma bola negra de mana, como um planeta, em que no centro dele um pequeno broto mágico se erguia.
Esse broto tinha surgido da pequena corda que havia sido manipulada no último treinamento da maga.
Agora era hora de alimentar essa videira, fazendo com que mais mana fluísse a partir dela e o oceano de mana de Ananke se tornasse um lago cheio de energia.
Em uma análise superficial, o que a maga fazia era uma meditação intensa.
Algo quase como a busca pelo Nirvana que muitas religiões de pandarens acreditavam.
Mas o que ela fazia, era muito mais do que isso.
Pois mesclava os ensinamentos do livro dos oito anéis, o livro que tinha absorvido em uma de suas jornadas para chegar em Martis.
A jovem fechou seus olhos, enquanto começava a mover a mana dentro de seu corpo.
Aos poucos fios de energia começaram a ser expelidos pelos poros de sua pele, subindo como se ela estivesse em chamas. Mas eram labaredas de mana, que não queimavam, mas sim permeavam o corpo da elfa e se fortaleciam, cresciam.
Assim como o fogo crescia ao atingir um material combustível, a mana da elfa começou a, lentamente, gerar chamas mais fortes, mais consistentes.
Tudo graças ao árduo trabalho mental que Ananke realizava dentro de seu peito.
Ela girava com cadência sua mana pelos pontos meridianos de seu corpo, de maneira a pegar cada filete de mana que era expelido e o introduzir como alimento para a videira que crescia no centro de seu peito.
Aos poucos a chama externa a elfa aumentava.
Aos poucos a planta que representava a essência mágica da bruxa crescia.
Uma pequena folha brotou e posteriormente outra. Assim como um pequeno grão de feijão a essência mágica da elfa se tornava maior, mais poderosa.
E Ananke ao mesmo tempo via o quão frágil era sua ligação com o mundo místico. Não passava de um pequeno broto com apenas duas folhas.
Finalmente a elfa abriu os seus olhos. Já tinha visto uma evolução tremenda.
Já tinha criado em sua mente a sua própria técnica para se fortalecer e melhorar.
Era o caminho Ananke de cultivação de mana.
Algo único, algo especial, mas algo que poderia mudar o mundo.
A elfa não tinha mais o que fazer em seu quarto. Poderia muito bem continuar sua jornada solitária rumo ao desconhecido daquela cidade. Martis era complexa, mas Ananke estava vendo que era ali que iria alcançar novos patamares que nem mesmo ousara sonhar.
PELA HORDA!
- Spoiler:
- Último local: https://draconia.forumeiros.com/t321p40-evento-portao-a-epigenese-walkers-chegam-a-martis#2090
Conto para +100 mana e +1eg (guardando para o próximo rank)
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