dracôniaFórum RPG de Fantasia
Dracônia, H790O mundo pareceu não ter se curado da guerra entre os anões e as tribos bestiais. Formalmente o tratado de paz assinado pelos embaixadores dos quatro continentes garantira a paz entre as raças que caminhavam pelo mundo de Dracônia, mas o clima que impregnara-se no ar após a carnificina era de desconfiança e cautela. A cidade de Martis era um símbolo da paz conquistada; reunia os aventureiros de todas as partes do mundo, sem preocupar-se com religião, raça ou rivalidade clânica. Todos os dias novos aspirantes a herói e heroína partiam da cidade, carregando sonhos e objetivos únicos, mas os maus presságios pareciam só aumentar conforme o tempo passava. Tempestades infindáveis vindas do leste. Vulcões em erupção a oeste. Povoados inteiros desaparecendo ao sul. Algo maligno parecia avizinhar-se de Martis, como um predador que encurrala sua presa.
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[Treinamento] Restos.

Lucilfer
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Lucilfer
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[Treinamento] Restos. - Sáb Set 28, 2019 10:02 pm

O pedaço de carne caiu da janela do segundo andar da pequena instalação que fazia fronteira com a lateral do beco em que estava. Consegui ver o gordo reclamando, esbravejando, e, furioso, fechando o vidro com mais força do que deveria. Meu estômago revirou com um cheiro maravilhoso que parecia preencher minhas narinas, embora eu soubesse que aquilo era, de fato, uma armadilha do meu cérebro: Sabia que estava longe demais para sentir qualquer coisa. Sabia que meu olfato, a muito, estava danificado. E, principalmente, sabia que o fedor que exalava de mim, de fato, era deveras mais forte do que qualquer outro odor próximo.

De qualquer forma, queria aquele pedaço de carne para mim como se minha vida dependesse daquilo. Talvez dependesse, afinal, comer era uma dificuldade que todo pobre sem futuro enfrentava. O problema era que, embora estivesse literalmente próximo de mim, estava ainda mais próximo de dois mendigos que também residiam naquele beco. Seus olhos brilhavam tão quanto os meus, e eu imaginei se a mente de cada um também não estava pregando a mesma peça que a minha parecia pregar em mim. Nossas feições finalmente se encontraram e toda a cidade ficou paralisada, muda, e quieta. Nada importava mais além daquele pedaço imundo de alimento jogado fora. Éramos três lobos brigando por sua presa. Ou três hienas lutando por uma carcaça.

Os dois partiram em direção à carne. Eram mendigos, não lutadores, e, uma vez em posse do pedaço gorduroso do suíno, uma vez que comessem, qualquer surra seguida por raiva incontrolada valeria a pena. Da minha parte, porém, era um guerreiro, ou pelo menos já fui, e avancei o mais rápido possível em direção essencialmente aos inimigos, para derrubá-los antes que chegassem ainda mais próximo do que queria para mim. E assim, o primeiro tomou um chute na lateral da costela, sem sequer perceber o que acontecia. O segundo continuou sua carreira furiosa e faminta, empurrando-me com força para a lateral do muro. As costas arderam, minhas roupas encharcaram-se de chorume, mas ainda estava naquele combate.

O que havia passado acabou ficando mais próximo do objetivo, mais do que gostaria, mais do que eu, inclusive, que havia sido mais rápido. Tateei o lixo ao meu redor e encontrei um pedaço de madeira: Ele não mais estaria. Arremessei o projétil ígneo em sua direção, acertando-lhe a nuca, fazendo com que perdesse o equilíbrio e caísse mais para frente do que desejava. O primeiro recuperou suas forças e veio em minha direção, mas, agora, pedaços grandes de madeiras serviam-me como arma, lembrando-me quase que instintivamente dos tempos que uma espada estivera em minhas mãos. Desviei com um passo lateral, e empurrei madeira contra a mesma costela atingida anteriormente. Sabia o que estava fazendo, no fim, embora soubesse que era apenas uma lembrança. Ele caiu, não morto, não com osso quebrados, mas com uma desvontade gigante de não continuar naquela luta. Avancei contra o outro que se levantava e golpeei seu joelho, deixando-lhe incapaz de continuar, ou, pelo menos, deixando-lhe incapaz de prosseguir com uma luta justa: Ele não ia mais conseguir ficar de pé por alguns dias.

Finalmente, pensei comigo, aquele pedaço suculento de carne de porco seria meu, sujo, de fato, mas ainda assim suculento, comida, troféu, glória… Que estavam, agora, nas garras e presas de um gato sorrateiro. Corri para chutá-lo com toda minha ira, apenas para descontar minha fúria, afinal, já havia comido quase tudo, mas ele correu, saltou, e como todo maldito gato, fez movimentos impossíveis até chegar ao telhado. Encarei-o por um instante e ele pareceu encarar-me de volta. Pude ver o sorriso zombeteiro nos seus olhos. Eu não sorria, é claro, porém, pelo menos, também não estava com parte das costelas destruídas nem o joelho dilacerado.

Algo bateu contra a parte de trás da minha coxa, fazendo-me ajoelhar, e outra coisa bateu contra minha face, jogando meu corpo para o lado e sobre a lama. Tirei a sujeira tão somente dos meus olhos para me deparar com uma mulher esguia que esbravejava algo sem sentido, destoante, sobre marido e filho. As palavras se conectaram e eu entendi do que se tratava. Apoiei-me sobre meu joelho e permaneci parado, abaixado, parte para me recuperar da tontura, parte para… A mulher investiu com um chute, como havia esperado. Minha posição inferior parecia propícia para um chute e, portanto, havia me preparado para aquilo. Rolei para frente, para cima da mulher, empurrando-a enquanto seu equilíbrio estava tão somente concentrado uma única e frágil perna. Ela caiu, e meu rolamento parou perto de sua lateral, deixando meu corpo próximo suficiente para uma cotovelada precisa em sua têmpora. Ela apagou.

Levantei o mais rápido que pude, peguei meus panos de dormir, e saí andando cabisbaixo pela rua. Teria que procurar uma nova casa, ou seja, teria que procurar um novo beco sujo, sombrio e fedorento, mas que, pelo menos, não houvesse uma família de inimigos dispostos a me esfaquear enquanto dormia. Pelo menos, valeu o treinamento, minhas juntas pareciam, parcialmente, enferrujadas.



HP: 250/250 --- MP: 250/250 --- EG: 00/03

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Hyouhaku
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Hyouhaku
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Re: [Treinamento] Restos. - Sáb Set 28, 2019 10:37 pm

As pessoas encaravam o homem maltrapilho como uma aberração, virando o rosto e tampando o nariz enquanto o mesmo buscava um novo lugar para viver, ou melhor, sobreviver.

Aprovado.

Fica o adendo; Achei ótima a história, contudo sua pontaria e destreza são 0, é uma tarefa árdua até mesmo acertar um pedaço de pau na cabeça de alguém num arremesso, ainda mais na situação em que você havia acabado de cair e não tinha uma jogada perfeita. Tirando isso, muito bom, quero acompanhar mais o seu personagem alias.

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