dracôniaFórum RPG de Fantasia
Dracônia, H790O mundo pareceu não ter se curado da guerra entre os anões e as tribos bestiais. Formalmente o tratado de paz assinado pelos embaixadores dos quatro continentes garantira a paz entre as raças que caminhavam pelo mundo de Dracônia, mas o clima que impregnara-se no ar após a carnificina era de desconfiança e cautela. A cidade de Martis era um símbolo da paz conquistada; reunia os aventureiros de todas as partes do mundo, sem preocupar-se com religião, raça ou rivalidade clânica. Todos os dias novos aspirantes a herói e heroína partiam da cidade, carregando sonhos e objetivos únicos, mas os maus presságios pareciam só aumentar conforme o tempo passava. Tempestades infindáveis vindas do leste. Vulcões em erupção a oeste. Povoados inteiros desaparecendo ao sul. Algo maligno parecia avizinhar-se de Martis, como um predador que encurrala sua presa.
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[Conto] Você é meu.

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[Conto] Você é meu. - Dom Nov 10, 2019 7:47 pm

No fim, os monstros mais assustadores que haviam sido imaginados pela minha mente perturbada não passaram de nada além disso, imaginação, figuras distorcida do real, um reflexo apagado, uma lembrança amedrontada do que realmente seria amedrontador. Ajudar os artistas daquela pequena caravana fora fácil, embora, acreditava que, também, havia sido bastante sorte aquela tamanha simplicidade. A floresta que nos cercava era tirana, de causar arrepios, e, portanto, esperava profundamente que haviam aprendido a lição: Ali não era um caminho pelo qual percorrer, por seja lá qual for a vantagem de tempo oferecida. Na realidade, em qualquer lugar, em qualquer canto deste mundo tempestuoso, nenhum cortar de caminho era realmente prudente, afinal, se fosse possível a travessia por estes lugares mais rápidos, toda a estrada teria sido feita sobre ele. Como não foi, sempre há de existir algum risco.

— O garoto voltará para Martis, mas acredito que vocês tomarão um outro rumo depois, correto? — Perguntei-os, embora dirigisse meu olhar exatamente para o mais velho. Sua resposta fora simples, um assentir de cabeça modesto, talvez ainda aturdido pelos momentos passados e presentes. — Excelente! — Exclamei, enquanto dobrava os braços sobre a cabeça e alongava meu tronco cansado daquela viagem à carroça. Havíamos acabado de sair do manto negro daquele floresta maldita, mas ainda assim, sobre sua influência aterrorizante, toda aquela manhã que deveria ser confortável e iluminada, estava bastante pálida e gélida. O próprio ar denso e mortal que se propagava daquele local parecia abafar os raios de sol, destruí-los, transformando-os em apenas resquícios do que realmente deveria ser quente.

— Quanto mais longe… — Um vento pareceu soprar mais forte do que era possível, arrebatando-se sobre minha coluna, e causando um arrepio sinistro que pareceu percorrer toda minha espinha. Minha voz parou, meu corpo estalou, e, involuntariamente, meu pescoço se contorceu. E meus olhos encontraram-na. Distante, impossível, como uma miragem de um oásis que não estava certo. Porém, ao mesmo tempo, concreta, real, e clemente por tudo e nada. Será? Mas, como seria possível? O quê?

Será?

Minha mão se estendeu em sua direção, e, quando dei conta de mim, minhas pernas já estavam indo em sua direção, arrastando-se, andando, correndo. Ouvi gritos atrás de mim, gritos indecifráveis naquele momento, mas que, agora, envolto novamente sobre aos braços putrefeitos daquelas árvores malditas, daquela floresta maldita, pude enfim entender: “Não vá”, um deles gritou, “Não é real”, outro concluiu. Porém, já era tarde demais.

[...]

A noite anti-natural voltou a cair sobre minha consciência. Por que tinha feito aquilo? Tentei voltar, mas por onde tinha vindo? De repente, só havia floresta ao meu redor e toda e qualquer noção de posição havia se perdido. Estava preso em um mar verde e negro, de folhas velhas e horripilantes, umidade e odores sufocantes, sombras que pareciam dançar ao meu redor. E onde ela estava? Não havia nada, com certeza aquilo não passou de alguma alucinação, algum resquício de veneno de algum espinho com o qual havia lutado. — Por que estava ali? — Rugi.

Como resposta à minha aflição, ela ressurgiu, brilhando de maneira surreal, parte do corpo escondido atrás de uma árvore morta, parte do corpo nu à minha frente. Ela não sorria, mas também não estava triste, seu rosto tinha maçãs bem definidas, coradas, até alegres, e, apesar do seu longo cabelo loiro, nenhum fio ousava ficar entre meus olhos cansados e os seus lindos olhos ametistas. O tempo pareceu parar naquele único instante, junto à minha mente, corpo, e consciência: Permiti-me aquele momento de fraqueza, ou fora obrigado, afinal, não conseguia resistir, não conseguia correr, fugir, ou desviar meu olhar, não conseguia e não queria.

Finalmente, a ponta dos seus lábios se ergueu, delineando um sorriso maravilhoso. Podia ouvir meu coração martelar nos ouvidos, podia ouvir meu sangue correr nas veias, podia ouvir tudo e nada, só assisti-la. A última gota de sanidade que agarrou-se ao cálice da minha consciência pareceu falar por si só, liberando-me daquela paralisia através de uma determinação monstruosa. Falei, fraco, mas falei. — O que… O que está acontecendo? — Levemente, sua face pendeu de lado, revelando cada traço perfeito do seu rosto. Seus olhos eram como vidro gelado e magma derretido, fitavam-me como se fossem capazes de manter-me ali, parado, imóvel, indefeso e inseguro. E, no fim, realmente eram: Aquela determinação de antes apagou-se, meus esforços abatidos, meu espírito rendido à sua vontade. Seu sorriso fez-se maior, fornecendo-lhe um humor genuíno ao que antes era apenas travesso.

Você é meu, Bael Carcanute.

Aquela voz ecoou como se viesse de todos os lados, sedosa, quente, abraçando meu coração antes de cravar-lhe as unhas. Meus joelhos não respondiam, minhas pernas também não, nem meus braços, muito menos meu corpo, tinha medo percorrendo cada osso meu, assim como alívio e vontade percorria cada músculo. Ficaria parado ali pela eternidade, mumificado, devoto àquela deusa, preso aos seus calcanhares, aos seus lindos e perfeitos calcanhares. Ficaria… Até que um graveto quebrou alguns metros do meu lado esquerdo. Meus joelhos se fortaleceram e meus pés fixaram no chão, minhas mãos já estavam sobre a bainha da espada, meu tronco ereto e preparado, percebi minha noção espacial voltando gradativamente, enquanto minha consciência de combate também retornava, pronto e preparado para agir.

Estava livre, novamente, porém, mesmo livre, procurei-a com os olhos. Ela sumia, desvanecia, andando para trás como se não realmente andasse, sorrindo ainda mais agora, com lábios apertados em formato de um beijo final. Um adeus. Após a sensação quente atingir meu rosto, as palavras tocaram meus ouvidos: “Você é meu”, ela disse sem dizer. E eu, inevitavelmente, assenti. Logo em seguida, virei-me em direção ao que quer que tivesse chego.




HP: OFF --- MP: OFF --- EG: OFF

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