[Ficha de Personagem] Sirella The Archer

Quando mais nova, Sirella gostava de sair de sua casa, que considerava como uma prisão, e andar pela pequena vila que morava, também ajudava seu pai na taverna, onde sempre podia conhecer pessoas novas e ouvir novas histórias dos aventureiros que por lá passavam. Com sua aparência exótica, a jovem conseguia atrair a atenção de homens e mulheres, que não provinha apenas da descendência de seu povo, mas das próprias características da jovem, como sua pele clara, seu cabelo loiro mel, seus lábios pequenos e sua aparente inocência, mas aquilo que chamava a atenção de todos era a cor diferente em seus olhos felinos.

Mesmo antes de completar a maior idade, a jovem meio gato auxiliava seu pai na taverna, servindo os fregueses, por conta disso a jovem sabia desde cedo algumas coisas para se defender, se fosse necessário, mas quando o dia chegou não teve nada que a jovem pode fazer. Naquela noite a taverna estava bem movimentada e Sirella e as outras atendentes estavam muito atarefadas, mas como a cerveja estava acabando seu pai, pediu que a jovem fosse até o galpão atrás da taverna e levasse outro barril, mas por ser pesado mandou junto com ela, o noivo da menina que ficou feliz em poder ajudar. Os dois tinham ido até o local cumprir o que fora lhe pedido, e nem um dos dois imaginava o que aconteceria dali em diante. Tinham acabado de colocar o barril de cerveja de tamanho médio, com certa dificuldade sobre o grande carrinho que seria levado por Ishitar, por ser mais forte que a jovem Nekomata, mas como ainda tinham um tempinho para aproveitar, e a menina queria respirar um pouco de ar puro, para descansar um pouco da correria que estava sendo aquela noite, ela acabou convencendo seu namorado a ficarem ali, atrás de alguns dos toneis que tinham sido entregues naquela manhã. Ali os dois jovens aproveitavam a companhia um do outro, seus lábios se tocavam de forma gentil em um lento e apaixonado beijo, as mãos do rapaz seguravam de forma firme, mas sem esforço a cintura de Sirella, que por sua vez tinha entrelaçado seus braços entorno do pescoço do jovem, suas caldas enroladas entre si, demonstrando o carinho, o amor e o desejo que um tinha pelo outro.

Enquanto os lábios de seu amado passeavam de forma provocativa por seu pescoço, causando leves arrepios em seu corpo, lhe deixando com o corpo mais acalorado do que estava antes enquanto a mesma trabalhava. Então sua audição aguçada captou um som que a jovem não conseguiu identificar, e aquilo a fez abrir os olhos na mesma hora, deixando tudo que estava sentindo em segundo plano enquanto a mesma ficava mais focada, pois não queria ser pega em tal situação faltando pouco mais de cinco semanas para seu casamento. A jovem no mesmo momento saiu do colo de seu noivo, que, antes que pudesse falar algo, foi silenciado pelo dedo indicador da mesma, que pediu que ele ficasse ali, e assim ajeitando seus cabelos como pode, e seu vestido meio amarrotado ela saiu de onde estava – Tem alguém aí? - As palavras saíram de sua boca, sem demonstrar preocupações - Pai desculpe ter demorado, estava descansando – Falou a jovem para o nada pensando que era seu pai, que tinha deixado momentaneamente o balcão, para vir atrás de sua filha - Não fique bravo, eu estava apenas... - A jovem falava enquanto se virava para trás, procurando por quem tinha chegado ali, mas quando olhou para trás, procurando por quem tinha chegado ali, mesmo com sua boa visão a jovem não pode discernir bem a aparência do ser que estava ali na sua frente, apenas o que viu foi algumas poucas características masculinas e humanas, mas nada que pudesse usar para identificar alguém. Assim que se virou de frente para o ser, a mesma se assustou e antes de gritar, ou sequer ter a chance de sacar a faca que carregava, para se proteger, o ser a sua frente lhe desferiu um soco no lado direito de seu rosto, com força suficiente para que a jovem pudesse desmaiar, e a partir desse momento de nada mais ela se recordava.

Enquanto estava perdida em sua inconsciência a jovem não presenciou a morte de seu noivo pelo ser que tinha aparecido, e muito menos que este fora espantado por um Elfo que tinha aparecido ali, junto de uma das garçonetes da taverna, que estava preocupada com a Nekomata e pedira pela ajuda. Quando por fim abriu seus olhos, a mesma demorou a perceber que ainda se encontrava no local onde os barris eram guardados, a primeira pessoa que a jovem vira foi o belo elfo de tez branca, seus olhos dourados e serenos lhe encaravam e o mesmo não parecia demonstrar qualquer expressão que não fosse calma. Quando se deparou com tal visão a jovem no mesmo momento gritou, dando um tapa fraco e tentando se afastar do estranho, e ao fazer isso ela viu um pequeno grupo de pessoas reunidas ali e do grupo que estava ao fundo vinha seu pai, o mesmo não parecia estar bravo com a filha mas aliviado, e quando a abraçou ela sentiu um grande peso deixar o corpo de seu pai – O que.. - mais uma vez a jovem foi interrompida, mas dessa vez por seu pai que a ajudou a se levantar dizendo – Fico feliz que esteja bem minha pequena, mas e melhor que vá para seu quarto descansar - ao falar tais palavras, o homem se virou para o elfo – Obrigado por salva-la – falou, e o elfo em resposta apenas assentiu, ao saber de tal fato Sirella logo foi se desculpar, pela forma rude que tinha tratado o elfo, mas quando viu o corpo de Ishitar estatelado no chão, com uma grande poça de sangue ao seu redor a mesma não acreditou e chorando correu até o corpo do amado, se debruçando sobre ele e o balançando para que despertasse, pois não queria aceitar aquela cena que via em sua frente, não queria aceitar que seu amado tinha morrido, e nada ela pode fazer, para ajuda-lo, para salva-lo.

Dois anos após perder seu noivo, Sirella vinha aos poucos, recuperando a alegria que tinha antes, mas ela achava que não seria feliz como era antes, por ter perdido alguém muito importante. Durante esses dois anos a jovem sentiu que não pertencia mais aquele lugar, que precisaria encontrar um novo caminho em sua vida, e principalmente andar por aquelas ruas, sempre a faziam se recordar de seu amado, e por isso a mesma fez o que pode para aprender a se virar sozinha, com alguns aventureiros amigos de seu pai, e após isso mesmo com seu pai não aceitando sua escolha, a mesma foi embora levando poucas coisas, para descobrir sobre esse mundo em que vivia, e encontrar seu antigo eu que se perdera, quando Ishitar fora assassinado, para isso ela decidiu encontrar aquele que lhe tirou tudo.