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[CONTO] Shhh
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Arisha
Arisha
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Classe PrincipalNovatos
Eu tenho a chave para sua alma, deixe-me libertá-la
A lua cobre o céu, os sorrisos das crianças, as fantasias. Uma noite festiva, assim como deveria ser o halloween, ou melhor, dracoween. A mulher não era diferente. Vestida em pelos brancos que cobriam seus seios, pulsos e orelhas que pareciam até naturais, com unhas afiadas naturalmente e um sorriso solto, sutilmente malicioso em sua face. Seus companheiros estava igualmente bem trajados, sua amiga vestida como uma bruxa, o que, de certa forma não mudava muito considerando que ela é uma maga, e, o panda envolto em bandagens. O filhote não estaria ali entretanto, então nada de mini múmias.
Foi o acaso que os fez sentar às margens de uma roda, ou, talvez apenas a curiosidade da elfa em participar dos eventos locais. Sobrou para a Felino primata entretanto tomar as rédeas dos contos daquela noite, os demais ficando em um silêncio quase constrangedor quando solicitaram que alguém pediu para que contassem algum conto de horror. As vozes sussurram em sua mente, quase como uma lembrança. Não, aquilo realmente era uma lembrança. Não que os demais pudessem perceber quando a mesma começa a contar, com o auxílio de sua voz grave, de sua fantasia, e de sua personalidade que não precisa de dracoween para ser complexamente perturbada.
- “Os olhos que viram tudo aquela noite, seriam eles amaldiçoados? Abençoados? Todos os traços que mais tarde lhe deixaram convicta sobre sua não humanidade também foram os mesmos que naquela noite lhe fizeram presenciar o pesadelo. Eram vinte horas quando acordou assustada, seu corpo suado, suas feições ainda infantis, afinal a garota ainda tinha apenas nove anos, sua respiração ofegante e densa irrompiam o silêncio perpétuo da escuridão plena.
Tentou levantar-se, mas não conseguiu mover-se, seu corpo parecia não lhe obedecer, viu pela extremidade de seu campo de visão, quase como apenas uma sensação incerta, algo movendo-se por seu quarto e alguns sons de passos leves. Uma criança como ela? Talvez uma das tantas empregadas daquela grande residência? O som do rangido da porta finda-se em um toque sutil desta contra a parede. Este último som, em conjunto com o final do girar da maçaneta, parecem ao mesmo tempo também libertá-la daquela situação, como se engolisse todo ar presente de uma vez erguendo-se em súbito.
De alguma forma sua mente estava exausta, mesmo considerando que não seria na verdade tão estranho alguém perambular por ali. Ergue-se, começa a caminhar, o chão responde com um ruído incômodo de madeira, bem mais notório que os passos de antes, a sua direita observa o espelho por alguns instantes. Nada a priori, mas, após três segundos percebe que na verdade sua estante está bastante vazia, antes algumas bonecas e pelúcias cobriam metade da visão do vidro, agora não havia nada.
Inquieta, abre a porta da qual antes alguém saiu, poderiam estar higienizando seus brinquedos durante a noite? Ela via, claramente, não havia ninguém naquele corredor. Seus olhos sempre foram diferentes para sua felicidade ou não, e, o escuro diferente do que era para os demais lhe era como a sombra fresca e clara de uma árvore, nítida. Caminha lentamente pelo longo corredor, flexionando seu joelho algumas vezes como se procurando fazer menos som. Em um momento súbito algo toca seus cabelos fazendo-a cair sobre seus joelhos para frente e virar rápido seu rosto para trás. Nada. Novamente algo se move e levando sua mão em um tapa contra sua própria cabeça, um grito novamente interrompe aquele silêncio.
Aquela era si mesma, após bater contra um besouro preso em seus fios alvos e ser picada pelo mesmo que caía ao chão. O barulho das suas asas se debatendo era incômodo, mas a dor em sua mão chamava-lhe mais a atenção naquele momento. De modo que ela não percebia que ao fundo, alguém saía correndo pela porta do quarto de seus pais encapuzado, quase em desespero. Uma bufada de ar escapa de seus lábios como uma massa esbranquiçada.
Segue descendo as escadas que dão no primeiro andar, em espiral, o chão sobe por seu ângulo de visão de modo que quando a porta se torna visível ao seu lado um homem que faz a guarda pessoal de sua família está ali, acordado, fixamente olhando em sua direção em silêncio completo. Em certo momento, ele desvia o foco como se visse algo para trás dela, mas quando ela vira-se, não há nada se não uma pequena lamparina acesa. Novamente vira-se para o homem que continua te encarando fixamente, porém, nota que há, de forma bem sutil, um estranho sorriso que lhe causa estranheza e logo deixa o local em busca da cozinha para cuidar de sua mão.
Quando entra ali, apesar da dor, primeiro pega um copo d’água, retirado de um filtro de barro a extrema daquele ambiente e toma um pouco apressada, deixando parte cair por sua face, caindo ao chão com pequenos sons de gotejos que são audíveis graças a ausências de outros sons ali. Pega um pano de cozinha e umedecendo-o em uma bacia, começa a limpar sua mão de forma um tanto rústica. Enrolando-o ali logo em seguida sem razão alguma, apenas pois viu algo parecido outrora. Era uma criança afinal.
Quando retorna para subir pela escada, para subitamente, curiosa e ao mesmo tempo apreensiva. O homem não estava mais ali, apenas a cadeira sozinha balançando. Apenas por isso olhou na direção da chama de antes, não existia mais. Felizmente isso não compromete em nada sua capacidade de subir pela longa escadaria e é isto que a mesma faz, apressada, quase correndo. Bem ao centro ouviria o som de um impacto, ou de algo esticando muito rapidamente? Não sabia distinguir e ainda mais assustada, apressa o passo realmente correndo.
- Não corra! Seu sangue esfria, lentamente começa a olhar para o lado após ouvir uma voz falar consigo. Tanto era seu medo que sequer percebeu que aquela na verdade era uma voz conhecida. Marza, filha de uma das serviçais, acordada com apenas uma lamparina acesa costurando algo. Em silêncio, aproximando-se da porta, suas mãos tremiam enquanto apoia-se na Marquise. - I-isso é uma fita? Falou com a voz quase rouca. - São três. Um arrepio sobe por sua espinha, uma lágrima desceu por sua face sem sequer saber a razão. - Ma-mas isso é para os mortos não é?
O som do sorriso lhe perturba, junto com alguns passos audíveis vindos do primeiro andar enquanto a mesma deixa seus lábios entreabertos sufocada e sem ar por seu próprio pânico. - Você não sabe não é? Os olhos da garota fitam o corredor atrás de si antes de retornar a sua costura. Vira-se rapidamente, mas não vê nada. Olha de onde veio para o corredor. Nada. Olha para o outro lado, finalmente percebendo a porta aberta pela qual antes alguém saiu correndo.
Seus passos são lentos, sutis, ainda assim o som da madeira rangendo parece mais alto que nunca e mesmo no escuro sua visão tão clara quanto o dia ensolarado. Quando finalmente chega a porta, um grito visual, mas não sonoro transparece de sua face acompanhado de um som baixo e estridente, as lágrimas vertem a sua face. Em sua frente, pendurado como um pêndulo em uma corda grossa, ainda balançando com o vento que entra pela janela empurrando a cortina branca. Seu pai. Com o pescoço roxo, sua face rasgada, sua língua sutilmente para fora e o sangue pingando desta. Puf. Puf. O som das gotas pareciam contar um tempo mais longo que o de fato ocorrido.
Não via sua mãe ali. Tampouco suas coisas estavam por ali. Começa a afastar-se de costa, entrando pelo corredor sem olhar para ele até o último momento, até virar-se. Correu, em direção ao quarto da garota Marza. Quando chegou ali porém, não estava mais ali, apenas suas bonecas, suas pelúcias, até algumas de suas roupas. Não ousou mexer em nada, queria esconder-se debaixo dos lençóis e torcer para que tudo fosse um sonho, correu para seu quarto. Não havia quase mais nada ali. Foi nesse momento que se deu conta. Um. Pai. Dois. Mãe. A terceira fita. Seus olhos se abrem, vermelhos pelo pânico e por não dormir direito ainda.
Quando saiu ao corredor, os sons de passos que antes estavam pelo primeiro andar começam a aproximar-se pelas escadas, parecem vir passos mesmo dos quartos a sua volta. Tudo começa a girar, mesmo amplo parece claustrofóbico, sua respiração não se cala. Quer chorar mas não tem forças, quer gritar mas não tem voz. Volta ao quarto de seu pai. A visão ainda lhe paralisa, mas quando fita o corredor. Marza está parada olhando para ela, com o que era sua boneca nos braços. Ela aponta para o outro lado do corredor. Quando vira-se na direção das escadas, o homem de antes, agora com uma máscara, com um facão na mão caminha em sua direção. - Shhh não adianta correr. A voz da criança as suas costas sussurra, ainda que não a toque ou tente pará-la se tentar. Não há pra onde tentar.
Foi nesse momento que novamente olhou para o quarto, viu a janela aberta. A queda era longa, pelo menos três andares. Era sua única saída. Correu naquela direção, saltando dali. Quando caiu no chão porém, sua perna não aguentou a pressão do impacto e seu osso se partiu, rasgando parcialmente sua carne internamente e pela primeira vez ela realmente gritou com a dor esmagadora, tossindo com seu próprio sangue que vertia de seus dentes com o impacto. - Ah...AAh… cof cof. Ainda assim tentou arrastar-se, olhou para trás, os dois ainda lhe olhavam pela janela, não pareciam que iam descer. Estava livre? Um misto de desespero e alívio enquanto ela arrastava uma perna em saltos em direção a floresta. Interrompidos pelo som oco da madeira golpeando sua cabeça e desmaiando-a.
Quando acordou, eles não haviam ceifado sua vida ainda, prenderam-na em um celeiro velho afastado da casa principal junto a cabras e restos mortos de animais. Ela não sabia a razão, mas de tempos em tempos, um dos antigos serviçais daquela casa iam até ali. Sempre portando uma máscara, sempre agredindo-a. Arrancaram as suas unhas, violaram-a, cortaram por sua pele, noite, após noite, dia, após dia. Reza a lenda que aquela garota ainda está lá em algum lugar, sofrendo calada, chorando por suas dores e clamando por vingança mesmo após a sua morte como uma pessoa. Esperando. Por vingança. Por matar todos aqueles que lhe fizeram mal. Por todos aqueles que podem lhe fazer mal. Ou simplesmente aqueles, que vagam pelo escuro em que só ela vê, em que só ela sofreu sem culpa.”
Quando finalmente acaba sua história, caminhando pelas áreas mais afastadas e completamente escuras daquele recinto, tem seus devaneios finalizados por um brinquedo circular, uma bola emborrachada quicando em meio ao breu. Por reflexo segura a pequena bola, em seguida, com a outra mão, a criança que corre atrás da mesma tentando pegá-la quando esta tropeça na raiz da árvore na qual ela apoia-se. - Você vê no escuro moça? Era um dos que antes estavam sentados consigo à roda. Um sorriso que mais parecia uma ameaça em sua face, as unhas longas no pescoço do garoto enquanto abaixe-se fitando os olhos do mesmo bem perto, erguendo um dedo em frente aos seus lábios rubros. “Shhhh”.
Conto dracoween - 1866 palavras
Foi o acaso que os fez sentar às margens de uma roda, ou, talvez apenas a curiosidade da elfa em participar dos eventos locais. Sobrou para a Felino primata entretanto tomar as rédeas dos contos daquela noite, os demais ficando em um silêncio quase constrangedor quando solicitaram que alguém pediu para que contassem algum conto de horror. As vozes sussurram em sua mente, quase como uma lembrança. Não, aquilo realmente era uma lembrança. Não que os demais pudessem perceber quando a mesma começa a contar, com o auxílio de sua voz grave, de sua fantasia, e de sua personalidade que não precisa de dracoween para ser complexamente perturbada.
- “Os olhos que viram tudo aquela noite, seriam eles amaldiçoados? Abençoados? Todos os traços que mais tarde lhe deixaram convicta sobre sua não humanidade também foram os mesmos que naquela noite lhe fizeram presenciar o pesadelo. Eram vinte horas quando acordou assustada, seu corpo suado, suas feições ainda infantis, afinal a garota ainda tinha apenas nove anos, sua respiração ofegante e densa irrompiam o silêncio perpétuo da escuridão plena.
Tentou levantar-se, mas não conseguiu mover-se, seu corpo parecia não lhe obedecer, viu pela extremidade de seu campo de visão, quase como apenas uma sensação incerta, algo movendo-se por seu quarto e alguns sons de passos leves. Uma criança como ela? Talvez uma das tantas empregadas daquela grande residência? O som do rangido da porta finda-se em um toque sutil desta contra a parede. Este último som, em conjunto com o final do girar da maçaneta, parecem ao mesmo tempo também libertá-la daquela situação, como se engolisse todo ar presente de uma vez erguendo-se em súbito.
De alguma forma sua mente estava exausta, mesmo considerando que não seria na verdade tão estranho alguém perambular por ali. Ergue-se, começa a caminhar, o chão responde com um ruído incômodo de madeira, bem mais notório que os passos de antes, a sua direita observa o espelho por alguns instantes. Nada a priori, mas, após três segundos percebe que na verdade sua estante está bastante vazia, antes algumas bonecas e pelúcias cobriam metade da visão do vidro, agora não havia nada.
Inquieta, abre a porta da qual antes alguém saiu, poderiam estar higienizando seus brinquedos durante a noite? Ela via, claramente, não havia ninguém naquele corredor. Seus olhos sempre foram diferentes para sua felicidade ou não, e, o escuro diferente do que era para os demais lhe era como a sombra fresca e clara de uma árvore, nítida. Caminha lentamente pelo longo corredor, flexionando seu joelho algumas vezes como se procurando fazer menos som. Em um momento súbito algo toca seus cabelos fazendo-a cair sobre seus joelhos para frente e virar rápido seu rosto para trás. Nada. Novamente algo se move e levando sua mão em um tapa contra sua própria cabeça, um grito novamente interrompe aquele silêncio.
Aquela era si mesma, após bater contra um besouro preso em seus fios alvos e ser picada pelo mesmo que caía ao chão. O barulho das suas asas se debatendo era incômodo, mas a dor em sua mão chamava-lhe mais a atenção naquele momento. De modo que ela não percebia que ao fundo, alguém saía correndo pela porta do quarto de seus pais encapuzado, quase em desespero. Uma bufada de ar escapa de seus lábios como uma massa esbranquiçada.
Segue descendo as escadas que dão no primeiro andar, em espiral, o chão sobe por seu ângulo de visão de modo que quando a porta se torna visível ao seu lado um homem que faz a guarda pessoal de sua família está ali, acordado, fixamente olhando em sua direção em silêncio completo. Em certo momento, ele desvia o foco como se visse algo para trás dela, mas quando ela vira-se, não há nada se não uma pequena lamparina acesa. Novamente vira-se para o homem que continua te encarando fixamente, porém, nota que há, de forma bem sutil, um estranho sorriso que lhe causa estranheza e logo deixa o local em busca da cozinha para cuidar de sua mão.
Quando entra ali, apesar da dor, primeiro pega um copo d’água, retirado de um filtro de barro a extrema daquele ambiente e toma um pouco apressada, deixando parte cair por sua face, caindo ao chão com pequenos sons de gotejos que são audíveis graças a ausências de outros sons ali. Pega um pano de cozinha e umedecendo-o em uma bacia, começa a limpar sua mão de forma um tanto rústica. Enrolando-o ali logo em seguida sem razão alguma, apenas pois viu algo parecido outrora. Era uma criança afinal.
Quando retorna para subir pela escada, para subitamente, curiosa e ao mesmo tempo apreensiva. O homem não estava mais ali, apenas a cadeira sozinha balançando. Apenas por isso olhou na direção da chama de antes, não existia mais. Felizmente isso não compromete em nada sua capacidade de subir pela longa escadaria e é isto que a mesma faz, apressada, quase correndo. Bem ao centro ouviria o som de um impacto, ou de algo esticando muito rapidamente? Não sabia distinguir e ainda mais assustada, apressa o passo realmente correndo.
- Não corra! Seu sangue esfria, lentamente começa a olhar para o lado após ouvir uma voz falar consigo. Tanto era seu medo que sequer percebeu que aquela na verdade era uma voz conhecida. Marza, filha de uma das serviçais, acordada com apenas uma lamparina acesa costurando algo. Em silêncio, aproximando-se da porta, suas mãos tremiam enquanto apoia-se na Marquise. - I-isso é uma fita? Falou com a voz quase rouca. - São três. Um arrepio sobe por sua espinha, uma lágrima desceu por sua face sem sequer saber a razão. - Ma-mas isso é para os mortos não é?
O som do sorriso lhe perturba, junto com alguns passos audíveis vindos do primeiro andar enquanto a mesma deixa seus lábios entreabertos sufocada e sem ar por seu próprio pânico. - Você não sabe não é? Os olhos da garota fitam o corredor atrás de si antes de retornar a sua costura. Vira-se rapidamente, mas não vê nada. Olha de onde veio para o corredor. Nada. Olha para o outro lado, finalmente percebendo a porta aberta pela qual antes alguém saiu correndo.
Seus passos são lentos, sutis, ainda assim o som da madeira rangendo parece mais alto que nunca e mesmo no escuro sua visão tão clara quanto o dia ensolarado. Quando finalmente chega a porta, um grito visual, mas não sonoro transparece de sua face acompanhado de um som baixo e estridente, as lágrimas vertem a sua face. Em sua frente, pendurado como um pêndulo em uma corda grossa, ainda balançando com o vento que entra pela janela empurrando a cortina branca. Seu pai. Com o pescoço roxo, sua face rasgada, sua língua sutilmente para fora e o sangue pingando desta. Puf. Puf. O som das gotas pareciam contar um tempo mais longo que o de fato ocorrido.
Não via sua mãe ali. Tampouco suas coisas estavam por ali. Começa a afastar-se de costa, entrando pelo corredor sem olhar para ele até o último momento, até virar-se. Correu, em direção ao quarto da garota Marza. Quando chegou ali porém, não estava mais ali, apenas suas bonecas, suas pelúcias, até algumas de suas roupas. Não ousou mexer em nada, queria esconder-se debaixo dos lençóis e torcer para que tudo fosse um sonho, correu para seu quarto. Não havia quase mais nada ali. Foi nesse momento que se deu conta. Um. Pai. Dois. Mãe. A terceira fita. Seus olhos se abrem, vermelhos pelo pânico e por não dormir direito ainda.
Quando saiu ao corredor, os sons de passos que antes estavam pelo primeiro andar começam a aproximar-se pelas escadas, parecem vir passos mesmo dos quartos a sua volta. Tudo começa a girar, mesmo amplo parece claustrofóbico, sua respiração não se cala. Quer chorar mas não tem forças, quer gritar mas não tem voz. Volta ao quarto de seu pai. A visão ainda lhe paralisa, mas quando fita o corredor. Marza está parada olhando para ela, com o que era sua boneca nos braços. Ela aponta para o outro lado do corredor. Quando vira-se na direção das escadas, o homem de antes, agora com uma máscara, com um facão na mão caminha em sua direção. - Shhh não adianta correr. A voz da criança as suas costas sussurra, ainda que não a toque ou tente pará-la se tentar. Não há pra onde tentar.
Foi nesse momento que novamente olhou para o quarto, viu a janela aberta. A queda era longa, pelo menos três andares. Era sua única saída. Correu naquela direção, saltando dali. Quando caiu no chão porém, sua perna não aguentou a pressão do impacto e seu osso se partiu, rasgando parcialmente sua carne internamente e pela primeira vez ela realmente gritou com a dor esmagadora, tossindo com seu próprio sangue que vertia de seus dentes com o impacto. - Ah...AAh… cof cof. Ainda assim tentou arrastar-se, olhou para trás, os dois ainda lhe olhavam pela janela, não pareciam que iam descer. Estava livre? Um misto de desespero e alívio enquanto ela arrastava uma perna em saltos em direção a floresta. Interrompidos pelo som oco da madeira golpeando sua cabeça e desmaiando-a.
Quando acordou, eles não haviam ceifado sua vida ainda, prenderam-na em um celeiro velho afastado da casa principal junto a cabras e restos mortos de animais. Ela não sabia a razão, mas de tempos em tempos, um dos antigos serviçais daquela casa iam até ali. Sempre portando uma máscara, sempre agredindo-a. Arrancaram as suas unhas, violaram-a, cortaram por sua pele, noite, após noite, dia, após dia. Reza a lenda que aquela garota ainda está lá em algum lugar, sofrendo calada, chorando por suas dores e clamando por vingança mesmo após a sua morte como uma pessoa. Esperando. Por vingança. Por matar todos aqueles que lhe fizeram mal. Por todos aqueles que podem lhe fazer mal. Ou simplesmente aqueles, que vagam pelo escuro em que só ela vê, em que só ela sofreu sem culpa.”
Quando finalmente acaba sua história, caminhando pelas áreas mais afastadas e completamente escuras daquele recinto, tem seus devaneios finalizados por um brinquedo circular, uma bola emborrachada quicando em meio ao breu. Por reflexo segura a pequena bola, em seguida, com a outra mão, a criança que corre atrás da mesma tentando pegá-la quando esta tropeça na raiz da árvore na qual ela apoia-se. - Você vê no escuro moça? Era um dos que antes estavam sentados consigo à roda. Um sorriso que mais parecia uma ameaça em sua face, as unhas longas no pescoço do garoto enquanto abaixe-se fitando os olhos do mesmo bem perto, erguendo um dedo em frente aos seus lábios rubros. “Shhhh”.
Conto dracoween - 1866 palavras
- Informações:
- Arisha Nana Ashe:
250/250 350/350 0/5- Itens iniciais:
Bolsa simples
Efeito: Fornece 20 slots a serem preenchidos por qualquer item.
Descrição: Um saco de couro reforçado que pode ser carregado nas costas, apoiando-se através de duas alças que passam por cima dos ombros. Seu interior é ocupado por diversos bolsos e divisórias para transportar itens, dinheiro ou quaisquer objetos pequenos que o usuário deseje. Fornece vinte slots a serem preenchidos por qualquer item.
Poção de Mana (pequena) [1 slot]
Efeitos: Ao ingerido recupera instantaneamente 50mp do usuário.
Quantidade: 1
Slots totais ocupados: 1
Descrição: Este frasco cristalino contém um líquido azulado opaco. Algumas pessoas que o bebem costumam dizer que seu gosto é de suco de amora, outros, denunciam um sabor mais amargo, como o de uvas recém colhidas.
Poção de Vida (pequena) [1 slot]
Efeitos: Ao ingerido recupera instantaneamente 50hp do usuário.
Quantidade: 1
Slots totais ocupados: 1
Descrição: Este frasco cristalino contém um líquido avermelhado que é uma das poções mais consumidas pelos aventureiros. Ela possui gosto de suco de frutas vermelhas azedo; acredita-se que o motivo disso seja intrínseco ao seu caráter mágico.
Moedas de ouro [0,1 slot]
Quantidade: 10
Slots totais ocupados: 0
Efeito: Moeda de troca no mundo de Dracônia.
Descrição: Peças de ouro puro, moldadas em formatos circulares de tamanho pequeno, possuem um número que representa seu valor comercial e geralmente podem haver outras inscrições ou até imagens talhadas em suas faces. É utilizada como moeda de troca no mundo de Dracônia.Doces de Dracoween [27 unidades]
Descrição: Em suma, moedas de troca para compras realizada com Morgana, em sua loja de doces assombrosos. Guloseimas açucaradas de tamanhos diversos, todas bem seladas por um material maleável e colorido, contudo, desconhecido.
- Itens adquiridos:
Arco de madeira [10 slots]
Quantidade: 1
Slots totais: 10
Munição: Flecha simples
Tipo: Arco de duas mãos
Descrição: Uma arma simples de 55 centímetros composta quase inteiramente por madeira de baixa qualidade, fortalecida com ferro não muito sofisticado em pontos específicos. Os membros da arma são interligados por um fio fino de fibra desgastada, comprometendo disparos aprimorados.
Flecha simples 25 x [0,1 slot] = 2,5 slot
Dano: 15
Descrição: Um graveto de madeira e um metal na ponta capaz de perfurar superfícies não muito duras, entretanto trata-se de um item versátil para arqueiros habilidosos.
- Leoleo:
500/500 100/100 0/4
Arisha Ashe
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Lutero
Lutero
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Classe PrincipalNovatos
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